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Aplicativos de relacionamento: como escolher?

Ok, você decidiu conhecer e dar um chance para os aplicativos. Ou já usa há algum tempo e não encontrou um que atenda suas necessidades, por assim dizer. Depois do guia sobre como lidar com os apps e do vídeo sobre o assunto no canal, preparei agora uma lista com alguns dos mais famosos e minhas percepções sobre eles após um “período de imersão” e também com as percepções de outras pessoas que me ajudaram nessa análise.



“É um tanto estranho falar sobre aplicativos de relacionamentos. Eles são uma ferramenta apenas. O certo seria falar sobre pessoas. No final, conhecemos pessoas. Mas, dentro da proposta de cada aplicativo, as mesmas pessoas se comportam de maneira diferentes.

Eu já usei a maioria deles, senão todos. Menos o Badoo. Dizem que quem entra no Badoo nunca mais sai”, disse Henrique, 32, uma das pessoas que procurei para saber da opinião sobre os apps. (E é por isso que não tem review do Badoo aqui, rs. Não encontrei ninguém que usasse. Se você usa ou já usou, me manda um e-mail contando no laura@transemos.com. É anônimo!).


Juntamos muitas percepções para ajudar você a conhecer melhor os apps e a decidir se quer testar algum, sabendo qual mais combina com você e com o que está buscando. Como são experiências pessoais, é claro que esse texto ficou super subjetivo. A ideia aqui é de depoimentos e o que alguém não curtiu em um app pode ser exatamente o que vai funcionar pra você. Vale a pena ler e ver qual combina mais com o seu estilo ao conhecer melhor as possibilidades de cada um deles.


TINDER

"Aham, a lista vai começar com o mais famoso e mais clássico dos aplicativos. Por que o Tinder ainda é relevante?, você me pergunta. E eu lhe digo: em cidades menores que as grandes capitais ou ainda no exterior, quando você estiver viajando, ele ainda é a melhor opção. E o motivo é simples: por ser o mais conhecido, mais gente está lá. E isso, claro, tem vantagens e desvantagens. Em 2014 o Brasil tinha 10 milhões de pessoas cadastradas no app. Se você não limitar seus filtros, suas combinações serão praticamente infinitas, pois as possibilidades são muitas".

  • Laura

"Na real, como qualquer aplicativo, acho que ele é só uma tecnologia que cada um dá o uso que quiser. Dá para achar namorada (eu inclusive estou morando junto com uma menina que conheci via Tinder) e lances menos sérios. Como tudo na vida, depende da intenção das duas pessoas que estiverem usando o app. Eu sou e sempre fui preguiçoso e introvertido para rolês normais de jovens, então na época que usava eu diria que o melhor era não precisar ir em balada, bar e essas coisas. Uma questão positiva do Tinder é que ele trabalha com grandes números, então, por amostragem, você tende a conhecer pessoas com quem pode ter mais afinidade. Para nós, héteros, ele é bom porque, em algumas fotos, você já consegue entender bem diversas característica das pessoas que você valoriza ou desvaloriza. Eu sempre usava diversos filtros como maquiagem pesada, foto com biquinho, “jeitão”, forma física (provavelmente o que mais pesa para homens héteros que usam o app, lembro de ter visto uma matéria em que o maior medo das minas era de ser estuprada e o dos homens era ser enganado pelas fotos). Daí também fazia uma descrição relativamente completa e sincera, para evitar perder tempo com pessoas que não me curtiriam por quem eu sou. Acho que a maior vantagem desse tipo de app é poder ser 100% sincero com quem você é e ver se acha alguém que goste”.

  • Homem, 29, heterossexual

  • OBS: a matéria que ele citou, na verdade, diz que o maior medo das mulheres é encontrar um serial killer e dos homens é sair com uma mulher mais gorda na vida real do que nas fotos. Veja no link que loucura que foi um experimento social que fizeram.

"O rei dos apps de relacionamento. Conheci bastante gente lá. Gente que até hoje eu converso, que, mais do que um encontro, uma noite de sexo, virou amiga e se mantém na minha vida de alguma forma. Meu primeiro relacionamento sério da vida de solteiro foi com uma pessoa que eu conheci no Tinder. Esse cardápio humano é o que tem o maior volume de pessoas, mas entre idas e vindas, já vi gente receptiva e interessada, e já passei semanas sem nem um match ou conversa interessante".

  • Henrique, 32, heterossexual

Fácil de usar: sim. Interface simples e clara.

Informações disponíveis: sexo, idade, músicas (dá pra conectar o Spotify), possibilidade de conectar o Instagram e o que mais a pessoa colocar na descrição.

Combinações e conversas: costuma gerar muitas combinações e não tantas conversas. Muitas vezes você precisa puxar papo e, por ter alta rotatividade, há um risco grande de muita gente nem responder.

Público: super variado. Muitas faixas etárias, classes sociais e localizações.


HAPPN

"Não muito aprovado pela galera, o Happn é uma plataforma de relacionamento que tem como diferencial das outras (Tinder, Grindr, etc.) a localização de pessoas por curtas distâncias. Explicando um pouco melhor, ele te mostra todas as pessoas com quem você “cruzou” na rua ou passou a poucos metros. Quando essas pessoas passam por você, o perfil dela aparece e aí começa o jogo, você pode dar um like e esperar o que eles chamam de “crush”, o encontro de perfis. Os pontos negativos desse app são que normalmente os “crushs” demoram a acontecer e quando acontecem as pessoas não chamam para conversar, e diferentemente do Tinder, ele não tem muitos usuários fora das grandes cidades".

  • Homem, 22, homossexual

"Um outro grande e conhecido app, que mostra pessoas que cruzaram seu caminho. É um app que eu vejo as pessoas que usam o Tinder também usando. Acaba sendo uma bolha ainda maior, pois você se conecta apenas com pessoas que estão apenas nas regiões que você frequenta. Então espere encontrar "vizinhos", "colegas de trabalho", o pessoal que trabalha no restaurante que você almoça, a pessoa que você vê no metrô todo dia. Entre aspas, porque nem todo mundo usa o app, então nem sempre aquela pessoa que lhe interessa vai aparecer na sua tela. E se aparecer pode não estar interessada em você. Normalmente, o perfil das pessoas que usam esses dois apps (Happn e Tinder) é mais tradicional e não é difícil ver nas descrições algo como "busco alguém que me tire daqui". Pessoas que esperam encontrar um namoro, um casamento, um felizes para sempre".

  • Henrique, 32, heterossexual

Fácil de usar: sim.

Informações disponíveis: Nome, idade, distância, conecta Instagram e Spotify.

Combinações e conversas: mesmo dando vários likes, os chamados “crushs”, encontro de perfis costumam demorar a acontecer.

Público: pessoas diversas.


KICKOFF


"O Kickoff, diferente de outros apps, é bem focado em encontrar seu par perfeito, partindo do universo de pessoas conhecidas. Ele só indica quem tenha amigos em comum no Facebook com você e, justamente por ser este o foco, você tem direito a ver apenas 10 pessoas por dia. Não é um app de cardápio e sim um app de investidas pensadas. Eu usei duas vezes e entrei em um relacionamento que durou 2 anos! Na verdade a história é engraçada: o app deu erro e ficou repetidamente mostrando a foto desse cara que hoje é meu ex, até que dei o like por insistência do bug! Depois disso não usei mais. Mas, se um relacionamento é o que você procura, recomendo muito!".

  • Mulher, 26, heterossexual

Fácil de usar: sim, funciona como um Tinder e tem uma interface simples.

Informações disponíveis: nome, altura, amigos em comum (Facebook), religião, entre outros.

Combinações e conversas: poucas combinações por dia e no geral pouca gente puxa conversa também. Quando alguém começa conversa lá é porque há muuuito interesse.

Público: no geral é um app mais hétero e fica um pouco “na sua bolha” porque pega pessoas da sua convivência por extensão, parecidas com seus amigos. Isso pode ser limitador ou pode ter mais chances de dar certo pra você.

  • OBS: O Kickoff está com o aplicativo meio "fora do ar" esses últimos dias, tentei baixar e não consegui.


POF - Plenty of Fish

"O pior aplicativo que já vi na vida. Senti um nervoso tão grande que quis apagar na hora - mas o app só permitia que minha conta fosse deletada após 24h de inscrição! Socorro! Eu mal consigo começar a explicar como funciona: tem uma parte como o Tinder, tem uma parte onde qualquer pessoa consegue te mandar mensagem, tem outro lugar que dá pra descobrir pessoas através de geolocalização e tem uma parte onde você recebe como umas “cutucadas” de interesse. É um dos maiores apps do tipo no mundo, com 80 milhões de usuários segundo a App Store e também se vende como o “aplicativo com mais troca de mensagens” que existe, com maiores chances de uma conversa nas primeiras 24h. Fiquei apenas me perguntando qual seria a qualidade dessas conversas. Aquilo começou a apitar loucamente poucas horas após eu entrar no aplicativo. E não estou querendo pagar de seduzente, não é isso: é que é muita gente mesmo com acesso ao seu perfil e minha impressão foi de muito cara dando like loucamente em tipo TODAS as minas pra ver o que consegue “fisgar”. Até porque o próprio nome do app já vem daquela ideia de “muitos peixes no mar”, então minha impressão foi de gente atirando pra todo lado. Ele tem uma parte que era uma ideia boa, pois o perfil é mega detalhado e você responde várias perguntas pra montar o seu. Achei isso legal porque aí você já pode chegar na conversa sabendo bastante da pessoa e tem vários assuntos para puxar dependendo das respostas. Só que é horrível de usar, nada intuitivo, trava e vive apitando. Um horror".

  • Laura

Fácil de usar: nem um pouco.

Informações disponíveis: muitas, o questionário vai de signo (analisado pelo próprio app de acordo com a data de nascimento) até perguntas como “planos para o futuro” ou o que você está procurando no app. Também tem espaço para escrever uma descrição sobre você e um “puxando conversa”, que é pra colocar como alguém deveria puxar uma conversa com você, mas as pessoas não entendem isso e colocam coisas como “sim, conversar é importante”. Hahahaha rindo de nervoso.

Combinações e conversas: muitas. Até demais. Socorro. Ninguém tem tanto tempo livre assim no dia para lidar com tudo isso de gente puxando assunto.

Público: parece que tá todo mundo lá. Medo.


HER


"Voltado ao público lésbico, esse app funciona basicamente como um Tinder e possui também um lugar onde é possível mandar corações mesmo que o “match” não tenha acontecido, para demonstrar interesse. Se você clicar no coração de volta, também vira uma combinação e o chat se abre. Tem mulheres de todas as idades lá, mas o papo não desenvolveu o suficiente com nenhuma para entender se elas estão buscando mais sexo ou relacionamentos 'sérios'".

  • Laura

Fácil de usar: bem fácil e com interface bonita, clean e intuitiva.

Informações disponíveis: nome, idade, orientação sexual, localização.

Combinações e conversas: muitas combinações, poucas conversas.

Público: mulheres lésbicas e bissexuais de diversas idades, profissões e etnias.


FEELD

"Antes chamado 3ndr, o aplicativo é dos mais abrangentes e objetivos que existem. Completamente voltado para sexo - afinal, nasceu como uma alternativa ao Tinder para quem buscava ménages - as conversas costumam ser bastante diretas. É comum relatos de quem já recebe um nude no primeiro “oi”: há uma câmera dentro do chat de mensagens e você pode deixar a foto sumir, como num Snapchat, além de ser impossível tirar prints dentro do app. Isso nunca aconteceu comigo, mas muitos conhecidos desistiram do aplicativo por causa dessa desinibição dos usuários. O aplicativo melhorou um pouco com as atualizações, mas continua travando e dando bugs. A maior vantagem é poder colocar exatamente o que você gosta em matéria de sexo no perfil e o que busca, que com certeza vai ter alguém lá buscando o mesmo. São pessoas que no geral curtem muito experimentar sexualmente e não têm vergonha de dizer que curtem inversão, sexo grupal, swing ou BDSM, por exemplo. Então, se você curte um sexo baunilha, talvez não seja o melhor lugar para você achar alguém".

  • Mulher, 25, bissexual

"Esse app é o mais saidinho. Pode criar um perfil de casal, homem, mulher, tem opção para colocar se é cis ou trans, etc. Aqui a conversa é mais direta. É pra quem está buscando por encontros divertidos ou sexo mesmo. Como a fama aqui é de um app de curtição, inúmeros perfis apenas com os tags do que se busca e uma foto de paisagem são vistos. Algumas vezes, depois de algumas mensagens, troca de fotos pelo chat, o papo esquenta e é um sinal que é a hora de se encontrar. Tive algumas boas experiências com pessoas que eu conheci aqui, e outras ótimas!".

  • Henrique, 32, heterossexual

Fácil de usar: no geral sim, mas é comum o aplicativo travar e as conversas “sumirem”.

Informações disponíveis: nome (normalmente as pessoas usam nomes “fantasia”), idade, gênero, orientação sexual (de hétero a pansexual), desejos (normalmente colocam-se os sexuais), interesses (gerais e/ou sexuais). Permite criação de perfis de casal.

Combinações e conversas: é comum ter muitas combinações e ter que começar as conversas.

Público: muito variado e bem “kinky” (ou seja, com interesses “atípicos”).


GRINDR

"Oi, tudo bem? Quando e Onde? Tem Local? Sim, o Grindr é um aplicativo de categoria “Fast Foda”, ou seja, a grande maioria das pessoas que acessam essa plataforma tem como principal objetivo um sexo rápido. Um pouco diferente do Tinder, esse app, além de ser focado no público masculino, tem um cardápio de fotos (tipo Pinterest) que você tem acesso aberto para mandar mensagens ou somente enviar um "tap". Esses taps são basicamente usados para “quebrar o gelo” e mostrar para o outro que você está interessado. Ah, não se assustem se vocês receberem “nudes” logo de cara, isso é comum".

  • Homem, 22, homossexual

Fácil de usar: sim.

Informações disponíveis: nome de exibição, idade, altura, peso, porte físico, posição (na cama), etnia, relacionamento atual, tribes (urso, nerd, etc.), saúde sexual (HIV) com data do último exame, link com Instagram, Twitter e Facebook.

Combinações e conversas: como o acesso aos perfis é liberado, você recebe vários taps e mensagens rapidamente. As conversas são rápidas pois o assunto ali normalmente é: quando e onde vamos transar?

Público: homens, Cis e Trans, de todas as classes sociais, idades, etc.


OK CUPID

"A diferença deste para outros apps é a porcentagem de semelhança que você tem com o outro usuário. Além das mensagens instantâneas que outros apps trazem, ele pede que você responda a uma série de questões quando está criando o perfil. São essas respostas que criam proximidades ou distanciamentos com os possíveis matchs. Ou seja, se você tiver 30% de semelhança com alguém, pode ser que vocês pensem muito diferente. O inverso vale quando você tem 80%. A ideia é boa, mas o perigo está no descarte da diferença. Afinal, pode ser que alguém bastante diferente de você te encante da mesma forma por outros motivos. Tenho a impressão de que no Brasil ele não pegou muito bem justamente por isso. Pode ter a ver com o excesso de informações. No fundo, parece que valorizamos mais uma boa foto do que interesses compartilhados".

  • Homem, 27, heterossexual


"Esse é um app bem legal, porque além de fotos, descrição, etc, ele te apresenta um graaaande questionário para ser preenchido. Caso você dedique um tempo para preencher tudo (as perguntas e respostas são em inglês), ele te dá uma % de match com a outra pessoa. Aqui o perfil de pessoas que frequentam é mais alternativo. Pessoas não monogâmicas, em relacionamentos abertos, buscando “one night stands”, amizades, relacionamentos curtos ou longos, tudo é visto por ali. Me agradam bastante os perfis vistos por aqui. Como sempre, depende de quem responde do outro lado da tela".

  • Henrique, 32, heterossexual

Fácil de usar: médio, demora um pouco pra entender.

Informações disponíveis: muitas, as básicas como nome e idade e também as do questionário.

Combinações e conversas: poucas, pois muita gente não conhece no Brasil.

Público: todos os tipos de pessoa e faixas etárias.


BUMBLE


"Depois do seu perfil criado nesse app, você pode começar a deslizar. Opa, temos um match! Mas calma: quem começa a conversa é a mulher. Depois disso, você pode desenrolar o seu papo e esse app permite que você envie fotos no chat. A mulher tem 24h para mandar algo e iniciar a conversa e o cara tem mais 24h para responder. Se ninguém falar nada nas duas 24h, a combinação expira. Seja criativo e respeitoso, use esse recurso de forma correta. Pode ajudar bastante no desenrolar da história".

  • Henrique, 32, heterossexual

"Baixei o Bumble e minha primeira impressão foi: quanta gente bonita! Tem opção de "só amizade" também, mas essa eu não usei. O povo real capricha nas fotos e na apresentação, umas imagens muito bonitas mesmo. Dá impressão de ser um híbrido de Insta e Pinterest de um bando de designer/fotógrafos/modelos/esportistas versão app de relacionamento. Daí vem um negócio que eu achei estranho: em caso de match hétero (não sei como funciona em caso de matchs homossexuais) é a mina que, necessariamente, deve começar a conversa. Eu achei isso muito “imposto” e reclamei ao sair pra jantar com um menino que conheci no app. Ele me disse que gostava disso, porque achava que isso “protegia” as minas de certa forma de abordagens vulgares ou abusivas - como por exemplo receber pintos não solicitados. Eu não tinha parado para pensar dessa forma, mas acho que o app podia ter opção de ativar ou não esse recurso, senão fica muito cagação de regra. Ah, e mesmo assim eu começava conversa e quase ninguém respondia. Só saí com esse cara mesmo, foi um dos melhores sexos da minha vida e aí ele sumiu. Clássico".

  • Mulher, 24, heterossexual

Fácil de usar: sim.

Informações disponíveis: nome, idade, descrição e Instagram - se a pessoa colocar.

Combinações e conversas: algumas combinações, quase nenhuma conversa que rende.

Público: bem hétero, bonito e parece ter muita gente rica também - altas fotos viajando o mundo, sabe como é.


ONCE

"Esse app tem como proposta te mostrar uma pessoa por dia que combine com você. A ideia é analisar seu perfil e só mostrar quem tem mesmo muito a ver com suas características. Só que, usando ele por uns dias, eu não entendi nada: mostrava mais que uma pessoa, nas combinações ficavam também quem eu disse que não queria e ainda tem tipo um joguinho interno pra você dar estrelinhas pras pessoas e isso vai aumentando uma porcentagem e em teoria refinando seu gosto lá dentro. Também dá para escolher uma combinação para o dia seguinte (não vi sentido nisso também) e indicar alguém para um amigo ou amiga (mas não consegui fazer isso porque o app travou). Achei confuso demais e rendeu pouquíssimas conversas, que nem deram vontade de continuar".

  • Laura

Fácil de usar: não.

Informações disponíveis: nome, idade, religião, altura, posição política, filhos, bebida, fumante,

Combinações e conversas: poucas, até pelos limites do app, e menos conversas ainda.

Público: pareceu bem hétero o público. Coloquei opção para ter combinações dos dois gêneros, mas só me aparecia gente do sexo oposto.


ADOTE UM CARA


"Esse eu usei muito pouco. Esquema parecido com o Bumble, só que quem puxa o assunto é a mulher. Ela te põe no “carrinho” como numa loja virtual e começa o papo. Também tem o estigma de ser um app para relacionamento sério. Nunca conheci ninguém que eu conversei nesse app ao vivo".

  • Henrique, 32, heterossexual

Fácil de usar: não, inclusive desisti de entender e deletei.

Informações disponíveis: nome, idade, o básico.

Combinações e conversas: saí antes de poder ter um maior número nisso.

Público: mais hétero e jovem, mas não tão jovem assim.





SAPIO


"O Sapio foi pensado para pessoas “sapiossexuais”, ou seja, que só sentem atração sexual se ela for aliada à atração intelectual. O app se define como “um app para unir casais com inteligências em comum”. Você preenche um perfil bem completo com nome, idade, orientação sexual, religião, se fuma ou não, se prefere gato ou cachorro, etc. e aí passa para o infinito questionário que o app tem à disposição. As perguntas são separadas por categorias (perguntas sobre sexo, sobre valores e propósitos, sobre trabalho, sobre filmes, amenidades, tem de tudo) e você também pode criar suas próprias perguntas. Dependendo de quantas “moedas” você tem, é possível desbloquear as respostas das pessoas que te interessaram mais. Apesar da proposta de “não julgar o livro pela capa”, o aplicativo oferece um cardápio de fotos como a maioria. Por não ser muito conhecido no Brasil, os gringos estão à solta no local.

Eu não me considero sapiossexual, mas, como me senti objetificada em outros aplicativos, pensei que poderia encontrar homens com um interesse maior na minha personalidade com este app. Me diverti muito respondendo às milhares de perguntas (uma versão melhorada do caderninho de enquete da escola e do formspring/ask.fm), mas você precisa dar match para ganhar moedas e desbloquear as respostas dos outros. Para dar match o esquema é igual qualquer outro aplicativo: você tem direito a ver fotos, a descrição da pessoa e a resposta dela a 5 perguntas da sua escolha. Para ver as outras, é preciso usar as moedas. De fato encontrei mais gente interessada em conversar e as perguntas dão boas ideias para desenvolver o papo e quebrar o gelo. Fiz um amigo brasileiro e encontrei um gringo que queria relacionamento sério, mas acho que era fake. Não nos demos bem. No fim acabei apagando porque tinha mais interesse em responder às perguntas do que em dar match ou em ver as respostas dos outros".

  • Mulher, 25, heterossexual

Fácil de usar: sim, interface simples e intuitiva

Informações disponíveis: tudo que você imaginar, é o mais completo possível.

Combinações e conversas: a maioria das combinações rende boas conversas.

Público: só busquei combinações hétero. Encontrei muitos acadêmicos e gringos. Principalmente gringos.


E QUEM NÃO TEVE BOAS EXPERIÊNCIAS?


“Bom, minha impressão geral sobre aplicativos é que, por um lado, é uma boa ferramenta para treinar ~o flerte, principalmente pra quem é mais tímido e introvertido. Por outro lado, minha experiência foi ruim porque nunca me senti tão objeto sexual na vida. Eu não procuro um relacionamento sério, mas minha expectativa era conhecer homens com um papo legal o suficiente a ponto de dar vontade de sair com eles e daí a gente vê o que faz. Um relato que percebo muito comumente entre as amigas e conhecidas que fazem sexo casual é a sensação de que está sendo tratada como um instrumento masturbador e não um ser humano. E minhas experiências nos aplicativos me deram essa sensação: enquanto eu buscava um cara legal pra talvez transar, eles buscavam uma transa fácil com alguém com quem não é importante ter responsabilidade emocional. Por isso muitas vezes me referia aos apps como "delivery de sexo". Muita gente me diz que é preciso ter paciência para encontrar os caras que valem a pena, mas eu me sinto enfiando a mão num pote de esterco procurando um brinco de pérola (mal pela referência escatológica, rs). Quanto aos aplicativos propriamente ditos: no Feeld recebi muita foto de pinto não solicitada. No Bumble ninguém fala com você e, quando você fala, ninguém responde. E no Tinder as pessoas parecem que não sabem conversar”.

  • Mulher, 25, heterossexual

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Depois desse glossário sobre as observações das pessoas, espero que você encontre algum app que tenha a ver com o que procura e que consiga decidir se esse é o melhor modo para você conhecer gente nova ou não.


“No final, é sobre conhecer gente. E como cada um se comporta. Como a pessoa que está do outro lado se comporta, como estão as expectativas, disposição e disponibilidade. Não é o app que você usa que te define, mas como você usa, como você trata e respeita a pessoa. Um namoro, casamento, relacionamento não monogâmico, contatinho, sexo casual, relação de uma noite, vai depender de como as pessoas se tratam e se conectam. Respeite, dê o melhor de si e, se não quiser, jogue limpo. Com relações cada vez mais voláteis, dar valor à pessoa que conversa contigo é o ponto a ser observado. Seja para uma noite apenas, ou pra vida inteira”, lembra Henrique.

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Agradeço a todos que colaboraram e enriqueceram infinitamente esse texto com suas experiências. Vocês são maravilhosos <3

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Quer falar algo para mim de modo anônimo? Mande um e-mail para laura@transemos.com. Vale contar o que achou do texto, sugerir novos temas, criticar e elogiar. Estou aberta!


* Todas as fotos dos aplicativos desse post foram tiradas da App Store dos próprios aplicativos, criadas e divulgadas por seus próprios desenvolvedores.

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